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domingo, 30 de agosto de 2015

Resenha: Her (2013)


   Uma das mecânicas que eu mais gosto em filmes é quando temos um personagem entediado ou desmotivado, que se depara com um elemento de mudança fora do comum (até fantasioso) em sua vida. A partir disso vemos o personagem evoluindo como pessoa e esse elemento de mudança ficando cada vez menos aparente. Filmes como Mais Estranho Que a Ficção e Questão de Tempo são dois ótimos exemplos dessa mecânica. E para acrescentar a essa lista temos agora “Her”.

   “Her”, ou Ela em português, é um filme escrito, dirigido e produzido pelo Spike Jonze, mesmo de Quero Ser John Malkovic. Foi lançado em Outubro de 2013, com um orçamento de 23 milhões, e lucrando aproximadamente 44 milhões. O longa futurista é protagonizado por Theodore Twombly (Joaquim Phoenix) um escritor de cartas de amor, que se encontra em profundo desolamento pelo fim de seu casamento. Theodore se revela um homem bastante romántico, mas extremamente introspéctivo, o levando a ter poucos amigos. Preso no fatasma de seu casamento frustrado, ele então acha companhia do lugar mais improvável possível, o seu computador, trata-se de Samantha (Scarlett Johansson) seu novo sistema operacional interativo, inteligente, e porque não vivo.

   Embora a sinopse possa passar uma ideia de complexidade e difícil de entendimento temos justamento o oposto, um filme simples, fluído e muito emocional. Com o passar do filme vemos um desenvolvimento no relacionamento de Theodore e Samantha, e com isso uma e evolução no jeito que Theodore encarar o mundo. Ele passa a se relacionar melhor com seus colegas de trabalho e amigos, deixa de se prender fantasma de seu relacionamento frustrado, parte em viagens, ele até publica um livro! Em resumo ele passa a viver a vida .

   O interessante a se notar do filme são seus aspectos técnicos. A direção de Spike Jonze propicia que os atores desenvolvam seus pápeis num ambiente inóspito para qualquer ator, Joaquim Phoenix e Scarlett Johansson tiveram que se reinventarem para atuar se interagindo sem estarem juntos em cena. Além deles também se destacam a ótima trilha sonora (cortesia da banda Arcade Fire), e a ótima direção de arte.



   Embora “Her” tenho uma carga de ficção-científica, não se enganem ele é um romance. Mesmo parecendo estranho de começo, a relação homem máquina vai progredindo naturalmente, e até um pouco além da metade Samantha é o relacionamento mais real e humano que Theodore já teve.

   Por mais incrível que Her seja eu entendo que ele não é um filme para todo mundo. Ele tem um ritmo e arte próprios que podem desagradar algumas pessoas, além do mais é um romance oque já afasta uma quantidade boa de público. A imprensa especializada também teve suas discordancias, mas no geral ele foi aclamado pela maioria e concorreu a 5 Oscars (Melhor Filme, Melhor roteiro Original, Melhor direção de arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original), ganhando o Melhor Roteiro Original.








Nota do Autor: 8.6

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